quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A Banda de Dilma

"Mas para meu desencanto, o que era doce acabou 
Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou 
E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor"

A Banda, Chico Buarque

Dilma, não exatamente à toa na vida quando Nelson Barbosa a chamou, foi ver a banda passar e gostou. O homem sério, o faroleiro, a moça triste, a moça feia, o velho fraco, todos debruçados para ver a marcha alegre da banda fiscal. Banda endógena, diagonal.

Besta grande, cavalo de pau. Vento estocado, banda fiscal. Dilma vê a banda e muda provérbios.

Ao ver a banda de Nelson, Dilma se encantou. Por que não? Por que não fazer a banda fiscal, as metas flexíveis para o resultado das contas públicas? Assim estocamos vento, vento para soprar excessos. Onde estocamos o vento? No gabinete do Ministro, é claro. O Ministro da banda, que fique claro.

Metas flexíveis, uma banda para o resultado primário, com piso, teto e variação. Se errarmos, mudamos o alvo, solução perfeita. Até a moça triste que vivia calada sorriu.

Mais eis que a banda é efêmera, doce ilusão. O homem de terno não acredita na banda, a mulher de cérebro não acredita na banda, o velho cansado não acredita na banda. Vento estocado, afinal, é ar parado.

E para desencanto da Presidente, tudo tomou seu lugar. O dólar, os juros, o desemprego, a recessão, cada qual no seu canto. Em cada canto uma dor.

8 comentários:

  1. Quem destrói a paz, não verá jamais, um irmão feliz.

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  2. Quem destrói a paz, não verá jamais, um irmão feliz.

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  3. Mônica, você é uma ótima economista, mas como poetisa, metaforista, deixa pra outra pessoa. Cuidado com seu encanto pelo próprio conhecimento. Ele às vezes nos trai.

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