"Mas para meu desencanto, o que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou
E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor"
A Banda, Chico Buarque
Dilma, não exatamente à toa na vida quando Nelson Barbosa a chamou, foi ver a banda passar e gostou. O homem sério, o faroleiro, a moça triste, a moça feia, o velho fraco, todos debruçados para ver a marcha alegre da banda fiscal. Banda endógena, diagonal.
Besta grande, cavalo de pau. Vento estocado, banda fiscal. Dilma vê a banda e muda provérbios.
Ao ver a banda de Nelson, Dilma se encantou. Por que não? Por que não fazer a banda fiscal, as metas flexíveis para o resultado das contas públicas? Assim estocamos vento, vento para soprar excessos. Onde estocamos o vento? No gabinete do Ministro, é claro. O Ministro da banda, que fique claro.
Metas flexíveis, uma banda para o resultado primário, com piso, teto e variação. Se errarmos, mudamos o alvo, solução perfeita. Até a moça triste que vivia calada sorriu.
Mais eis que a banda é efêmera, doce ilusão. O homem de terno não acredita na banda, a mulher de cérebro não acredita na banda, o velho cansado não acredita na banda. Vento estocado, afinal, é ar parado.
E para desencanto da Presidente, tudo tomou seu lugar. O dólar, os juros, o desemprego, a recessão, cada qual no seu canto. Em cada canto uma dor.
Que texto....De primeira. Parabéns!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuem destrói a paz, não verá jamais, um irmão feliz.
ResponderExcluirQuem destrói a paz, não verá jamais, um irmão feliz.
ResponderExcluirSuper criativo, gostei!
ResponderExcluirMônica, você é uma ótima economista, mas como poetisa, metaforista, deixa pra outra pessoa. Cuidado com seu encanto pelo próprio conhecimento. Ele às vezes nos trai.
ResponderExcluir